terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

DICAS - PARTE 4

A Questão dos Hidratos de Carbono


Hoje em dia, parece que nem sequer pode pegar em público num copo de sumo de laranja sem atrair sobre si olhares fulminantes. Como se fosse acender um cigarro na sala das crianças numa biblioteca pública. A tendência actual sobre os hidratos de carbono é intrigante, quanto mais não seja porque ela se espaneja diante da sabedoria convencional acerca da nutrição no ciclismo.Durante décadas, os nutricionistas do desporto disseram-nos para enchermos a boca com massa italiana e batatas e panquecas e... Está a ver a ideia. Basicamente, tudo aquilo que os mass medianos dizem hoje que não devemos comer. 
Então, onde é que está a carne (ou, talvez com maior a-propósito, o pão)? Assentemos muito claramente numa coisa: Atkins não era um ciclista competitivo. Os hidratos de carbono ainda continuam a ser a melhor aposta para abastecer de combustível as suas escapadelas na bicicleta. Porquê? “Em qualquer esforço aeróbico continuado, precisa de hidratos de carbono e de recuperação,” diz a Dr.a Liz Applegate, autora de Eat Smart, Play Harde professora na Universidade de Califórnia. “Sou procurada a toda a hora por ciclistas que seguem dietas com poucos hidratos de carbono que me dizem “Sabe, sucede que as pernas não me parecem bem.” Isso sucede porque durante e depois do exercício, o seu corpo precisa de combustível imediatamente acessível e os hidratos de carbono estão mais disponíveis para os seus músculos do que as proteínas e as gorduras. Simplesmente consome menos energia converter os hidratos de carbono — que são essencialmente o açúcar— em combustível utilizável. O hidrato de carbono simples é uma molécula simples ou dupla de açúcar — em geral glucose, frutose, galactose, sacarose ou lactose.
Encontra-se nos alimentos nutritivos (como a fruta e os lacticínios), bem como em produtos menos saudáveis, como sejam os doces. O hidrato de carbono complexo é uma cadeia comprida de açúcares simples que é frequentemente chamada amido. As batatas, as massas italianas e o pão integral são bons exemplos.
Quando você ingere hidratos de carbono, estes são decompostos e convertidos em glucose sanguínea, o principal combustível do corpo e o único que pode alimentar o cérebro. A glucose que não seja imediatamente utilizada como energia é armazenada nos músculos e no fígado na forma de glicogénio e é utilizada como combustível mais tarde. Se estes locais estiverem cheios, a glucose é convertida em gordura. 
É verdade que as proteínas e as gorduras podem servir de combustível para o corpo e para o cérebro (se não pudessem, todos os defensores de Atkins estariam em maus lençóis). Mas as exigências energéticas do ciclismo, em especial nas intensidades elevadas, simplesmente não podem ser supridas por esse processo complicado. E por isso que precisa de hidratos de carbono, e bastante mais do que as 50 gramas por dia indicadas em algumas dietas pobres em hidratos de carbono. De facto a Dr.ª Applegate recomenda que os atletas ocupados com exercícios aeróbicos regulares consumam 400 a 600 gramas de hidratos de carbono por dia.

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