Hora marcada para o encontro, 8h30. Local, casa do Filipe.
Pontuais, arrancamos 10 para as nove. Tendo a primeira parte da volta como
destino o Confurco, dirigimo-nos para Fafe, via pista. Atalhamos via volta do
Bond em direcção à ponte do Prego. Até Fafe, de registo só uma escaramuça com
um ciclista domingueiro. Em Fafe, paragem (obrigatória) na pastelaria Verinha,
para o primeiro abastecimento. Estômago já mais aconchegado, atravessamos então
a cidade e entramos em Pardelhas nos trilhos que nos levariam serra acima. Terreno
muito pesado, muita lama e água, e muita lenha das podas. E surgiu a avaria do
dia, um pau a quase partir o dropout da bike do Filipe. Felizmente tudo se
resolveu pelo melhor com o aperto do parafuso do desviador. Uns metros à
frente, novo contratempo: o Filipe tentou subir a primeira calçada (de muitas)
que nos apareceu, uma escorregadela e um pedal muito preso, e já adivinham,
malho. Felizmente sem consequências de maior, apenas uma lesão mínima num dedo
(escolheu mal o local da queda). Paulatinamente os quilómetros sucederam-se, até
ao Confurco. Banana, chocolate e descida até Várzea Cova. Cafés todos fechados,
toca a andar. Quem conhecer Várzea Cova sabe que está enterrado num vale com
montanhas abrupta a toda a volta… Adivinhava-se uma subida dura, mas o primeiro
Percurso Pedestre veio a revelar-se duríssimo. Uma longa ascensão numa calçada
em mau estado, cheia de água, lodo e, nalguns tramos, muito inclinada. A subida
levou-nos até Bastelo, onde algum alcatrão (alívio!) nos levou até Aboim onde,
finalmente, nos deparamos com um café aberto. O adiantado da hora pedia um
reforço mais substancial, tipo almoço mas, infelizmente tivemos de nos
contentar com umas sandes mistas (com pouco queijo, que já não havia muito!). A
segunda parte da volta consistia em percorrer mais um Percurso Pedestre, que
supostamente nos levaria de Lagoa até à barragem da Queimadela. E aqui começou
o calvário, para as bikes, e para os braços e pulsos. Foram quilómetros e quilómetros
de calçada ao estilo de Geira, ora a subir, ora a descer, sempre em muito mau
estado, com inclinações muito pronunciadas. As paisagens, essas, eram de cortar
a respiração: riachos de água límpida, bosques verdejantes, aldeias de granito
incrustadas na serra, e o os trilhos serpenteando por entre murinhos de pedra
coberta de musgo. Um pouco sem saber para que lado ficava a barragem, alguns
enganos levaram-nos a aumentar drasticamente o acumulado e a perder algum
tempo, mas também a conhecer melhor este Minho profundo, selvagem e agreste,
mas de extrema beleza. Finalmente acabámos por encontrar civilização e o
caminho certo para a Queimadela. As fitas da maratona do dia anterior sorriam e
chamavam, com um apelo a caminhos desconhecidos, pelo que não resistimos à tentação
de nos deixar levar de volta a Fafe pelo seu percurso. E que dureza… mais
subidas de cortar o fôlego, rios de lama que massacravam os músculos e tratavam
muito mal as transmissões. Deve ter havido muitos abandonos! FAFE. Os olhos do
Filipe iluminaram-se. Finalmente, íamos poder meter uma bucha, eh eh eh… Ainda
falta a famigerada pista e mais alguns quilómetros até ao merecido descanso. Um
passeio muito duro e exigente tanto física como tecnicamente. Os números, 78 quilómetros de
prazer, 2750 mts de acumulado e cerca de 10 horas a pedalar!
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