terça-feira, 11 de março de 2014

Fafe

Hora marcada para o encontro, 8h30. Local, casa do Filipe. Pontuais, arrancamos 10 para as nove. Tendo a primeira parte da volta como destino o Confurco, dirigimo-nos para Fafe, via pista. Atalhamos via volta do Bond em direcção à ponte do Prego. Até Fafe, de registo só uma escaramuça com um ciclista domingueiro. Em Fafe, paragem (obrigatória) na pastelaria Verinha, para o primeiro abastecimento. Estômago já mais aconchegado, atravessamos então a cidade e entramos em Pardelhas nos trilhos que nos levariam serra acima. Terreno muito pesado, muita lama e água, e muita lenha das podas. E surgiu a avaria do dia, um pau a quase partir o dropout da bike do Filipe. Felizmente tudo se resolveu pelo melhor com o aperto do parafuso do desviador. Uns metros à frente, novo contratempo: o Filipe tentou subir a primeira calçada (de muitas) que nos apareceu, uma escorregadela e um pedal muito preso, e já adivinham, malho. Felizmente sem consequências de maior, apenas uma lesão mínima num dedo (escolheu mal o local da queda). Paulatinamente os quilómetros sucederam-se, até ao Confurco. Banana, chocolate e descida até Várzea Cova. Cafés todos fechados, toca a andar. Quem conhecer Várzea Cova sabe que está enterrado num vale com montanhas abrupta a toda a volta… Adivinhava-se uma subida dura, mas o primeiro Percurso Pedestre veio a revelar-se duríssimo. Uma longa ascensão numa calçada em mau estado, cheia de água, lodo e, nalguns tramos, muito inclinada. A subida levou-nos até Bastelo, onde algum alcatrão (alívio!) nos levou até Aboim onde, finalmente, nos deparamos com um café aberto. O adiantado da hora pedia um reforço mais substancial, tipo almoço mas, infelizmente tivemos de nos contentar com umas sandes mistas (com pouco queijo, que já não havia muito!). A segunda parte da volta consistia em percorrer mais um Percurso Pedestre, que supostamente nos levaria de Lagoa até à barragem da Queimadela. E aqui começou o calvário, para as bikes, e para os braços e pulsos. Foram quilómetros e quilómetros de calçada ao estilo de Geira, ora a subir, ora a descer, sempre em muito mau estado, com inclinações muito pronunciadas. As paisagens, essas, eram de cortar a respiração: riachos de água límpida, bosques verdejantes, aldeias de granito incrustadas na serra, e o os trilhos serpenteando por entre murinhos de pedra coberta de musgo. Um pouco sem saber para que lado ficava a barragem, alguns enganos levaram-nos a aumentar drasticamente o acumulado e a perder algum tempo, mas também a conhecer melhor este Minho profundo, selvagem e agreste, mas de extrema beleza. Finalmente acabámos por encontrar civilização e o caminho certo para a Queimadela. As fitas da maratona do dia anterior sorriam e chamavam, com um apelo a caminhos desconhecidos, pelo que não resistimos à tentação de nos deixar levar de volta a Fafe pelo seu percurso. E que dureza… mais subidas de cortar o fôlego, rios de lama que massacravam os músculos e tratavam muito mal as transmissões. Deve ter havido muitos abandonos! FAFE. Os olhos do Filipe iluminaram-se. Finalmente, íamos poder meter uma bucha, eh eh eh… Ainda falta a famigerada pista e mais alguns quilómetros até ao merecido descanso. Um passeio muito duro e exigente tanto física como tecnicamente. Os números, 78 quilómetros de prazer, 2750 mts de acumulado e cerca de 10 horas a pedalar! 

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